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CAROLINA VELÁSQUEZ ENSINA A BRINCAR COM LENÇOL OU OUTROS TECIDOS

Vocês se lembram do trabalho da Carolina Velásquez? Ela participou da exposição O Pequeno Colecionador, que aconteceu em setembro/outubro de 2019 na Carbono Galeria, em São Paulo. Na ocasião ela apresentou Os Fabulosos, um trabalho muito sensível, destinado para pais e filhos brincarem juntos. Eram máscaras e vestimentas baseadas em seres mitológicos pré-colombianos.


No sentido horário os fabulosos: Aguayo, Dentes de Milho, Lil Mut3 e Ráfia.


"Um dos objetivos dos fabulosos é resgatar, por meio de jogos teatrais, a memória do gesto dos nossos ancestrais. Para isso, fazemos brincadeiras que envolvem dança, exercícios de respiração e relaxamento, relacionados a trechos de histórias arquetípicas, onde cada ser é um universo em si." (Carolina Velásquez)


Performance de Carolina Velásquez na exposição O Pequeno Colecionador, setembro 2019.


Os fabulosos são criados a partir de sonhos, fantasias e medos, por isso vestir um fabuloso é como enfrentar um desconhecido. Porém um desconhecido estranhamente familiar, já que eles vêm de símbolos de civilizações antigas, frutos do conhecimento e da experiência, seja de coisas boas ou ruins. Quem experimenta o fabuloso, adulto ou criança, tem a chance de se encontrar consigo mesmo e experimentar uma memória por vezes adormecida.


É também uma maneira de possibilitar o deslocamento de papéis padrões entre pais e filhos. Ao interpretar uma cena, o filho vê a mãe ou o pai de uma outra maneira do que a que estão acostumados. Eles têm a liberdade de interagir com o corpo de formas diferentes das habituais, uma vez que agora são outros seres. Os pais vestidos de fabulosos são investigados pelos filhos e vice-versa. Muitas descobertas são feitas através desse jogo.


Acervo da artista @Carolina Velásquez


A artista então propõe para as famílias que querem brincar juntas em casa uma releitura deste trabalho. "Uma brincadeira-investigação que gosto muito de fazer em casa é a seguinte: escolho no armário de lençóis uma cor de tecido que me traga alegria e coragem. Começo a respirar com o tecido primeiro deitada, depois trago ele para perto e respiro com o corpo inteiro até a respiração chegar no tecido e movimentar ele. Então a respiração aumenta e vejo o tecido como se eu e ele fossemos um ser só".


Esse exercício pode ser praticado sozinho ou com toda a família. O tecido pode estar sobre um só corpo ou ocupar um espaço inteiro, "por exemplo toda a família na sala respirando juntos por debaixo do tecido. Fazendo isso simultaneamente, concorda-se no silêncio do dia e juntos se tranquilizam, vivendo o momento presente de forma integrada."


A brincadeira também pode ganhar outras dinâmicas, como ao combinar que todos devem erguer os braços ao inspirarem e abaixar os braços ao expirarem. Repetindo isso durante um tempo, observa-se mudanças no comportamento e na forma que o lençol adquire, consequências deste ato de respiração coletivo. Também é possível intercalar uma pessoa para ficar deitada embaixo enquanto os outros fazem o movimento pelas pontas. "É uma maneira de se entregar ao momento único de estar presente e sentir o ar."


Acervo da artista @Carolina Velásquez






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